Nesta segunda (6), a Meta chegou a um acordo com a União Europeia (UE) acerca da política de privacidade do WhatsApp.
A confusão começou em janeiro de 2021, quando o WhatsApp atualizou a sua política de privacidade para abrir uma brecha na criptografia de ponta a ponta em conversas entre usuários pessoas físicas e empresas.
Na Europa, a Meta se comprometeu a permitir que os usuários do WhatsApp declinem da nova política (e de futuras atualizações) sem serem importunados “ad infinitum”. (Até hoje, mais de dois anos depois, tenho que descartar o popup pedindo para aceitar aquela política de privacidade todo santo dia.)
A Meta também garantiu à UE que não compartilha dados pessoais de cidadãos europeus que usam o WhatsApp com empresas de fora nem com as suas (Facebook e Instagram) para fins de publicidade.
Tudo muito bonito, ainda que tardio, mas e o resto do mundo?
Enviei duas perguntas à assessoria do WhatsApp no Brasil:
- Os termos do acordo [com a União Europeia], como a exigência de que o WhatsApp, após alterar sua política de privacidade, exiba um botão de negativa ao usuário e pare de mostrar o popup pedindo o aceite, valerá para outras regiões do mundo, especificamente para o Brasil?
- A afirmativa de que “dados pessoais [do WhatsApp] não são compartilhados com terceiros ou outras empresas da Meta, incluindo o Facebook, para fins de publicidade” é válida para o Brasil?
À primeira, a assessoria respondeu que não comentará.
À segunda, uma pergunta binária, do tipo que se responde com “sim” ou “não”, a assessoria enviou um link da documentação do WhatsApp. Quando insisti por uma resposta direta, recebi de volta mais dois links.
Li a documentação contida nos três links — que, somados, dão ~5,8 mil palavras, o que resultou em meia hora de leitura — e, com base neles, posso concluir que fora da Europa a Meta usa dados de usuários do WhatsApp para fins de publicidade no Facebook, com uma sutil exceção.
No link mais extenso, uma tabela infindável que explica as diferentes formas com que o WhatsApp lida com dados dos usuários, a última linha detalha o compartilhamento de informações “com as Empresas da Meta para operar, fornecer, melhorar, entender, personalizar, apoiar, desenvolver e comercializar os produtos, recursos e serviços das Empresas da Meta”, incluindo:
Melhorar os serviços das Empresas da Meta e suas experiências de uso, como ao personalizar recursos e conteúdo, ajudar a completar compras e transações e mostrar ofertas e anúncios relevantes nos Produtos das Empresas da Meta de acordo com seus próprios termos e políticas de privacidade específicos (por exemplo, para integrações como Lojas do WhatsApp), lembrando que os usuários devem optar por conversar com empresas.
Na coluna ao lado, o WhatsApp explica quais dados são compartilhados. Entre eles, “dados da sua conta”. Esse mesmo item prevê uma exceção: usuários que já tinham conta no WhatsApp em 2016 e sinalizaram que não queriam compartilhar dados do aplicativo com o Facebook e outras empresas da Meta. Essa “oportunidade” foi dada após outra atualização da política de privacidade.
Na ocasião, a Meta (na época chamada Facebook) quebrou a promessa feita à época da compra do WhatsApp, de que não cruzaria dados do aplicativo com os do Facebook. O enunciado para o aceite dos então novos termos e política de privacidade dizia explicitamente o intuito da mudança, como a imagem ao lado mostra.
Conclui-se, portanto, que a Meta trata de maneira desigual seus usuários, a depender de onde eles moram. Na Europa, os dados do WhatsApp não são usados para fins publicitários no Facebook e no Instagram. No resto do mundo, sim — a menos que você tenha sinalizado o contrário, numa janela de 30 dias, em 2016.
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Fonte: https://manualdousuario.net/
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