Uma cápsula espacial russa que sofreu um grave vazamento de líquido de refrigeração em dezembro deixou a Estação Espacial Internacional (ISS) na manhã desta terça-feira (28) para retornar à Terra. A espaçonave partiu sem tripulantes e pousou no Cazaquistão menos de duas horas depois.
De acordo com o site Space.com, a nave Soyuz MS-22 danificada desacoplou de seu porto de ancoragem no módulo russo Rassvet do laboratório orbital às 6h57 (pelo horário de Brasília), pousando com o apoio de paraquedas às 8h45 na cidade cazaque de Zhezkazgan, com transmissão ao vivo pelo YouTube da Roscosmos, a agência espacial da Rússia.
Recapitulando:
- Em 14 de dezembro, um intenso vazamento de líquido de refrigeração foi identificado na cápsula Soyuz MS-22;
- Investigações iniciais apontam que a causa teria sido o impacto de um micrometeoroide;
- A nave ancorou na Estação Espacial Internacional em setembro de 2022, levando dois cosmonautas russos e um astronauta dos EUA;
- Por causa do incidente, uma nova espaçonave Soyuz foi lançada no fim de fevereiro para buscar os três tripulantes: o norte-americano Frank Rubio e os russos Sergey Prokopyev e Dmitry Petelin;
- No entanto, a nave Soyuz MS-23 só deve trazê-los para casa em setembro;
- Dessa forma, a missão original de seis meses dessa tripulação será prorrogada para um ano, de modo a evitar que a estação fique sem pessoal;
- A cápsula danificada pousou com sucesso esta manhã no Cazaquistão, de onde será recuperada para análises.
A Soyuz MS-22 levou os cosmonautas russos Dmitry Petelin e Sergei Prokopyev e o astronauta da NASA Frank Rubio em setembro de 2022 para a ISS, onde o trio permaneceria em uma missão de aproximadamente seis meses (ou seja, com previsão de terminar agora em março).
Em razão do incidente, que se presume ter sido causado pelo impacto de um meteoroide, eles ficaram um tempo sem saber como retornariam, enquanto a NASA e a Roscosmos traçavam seus planos de resgate.
Esses planos incluíam uma “carona” a Rubio na cápsula Endeavour, da SpaceX, transferindo um assento da Souyz MS-22 para a espaçonave responsável pela missão Crew-5 da NASA, enquanto Petelin e Prokopyev voltariam para casa na própria nave danificada. Isso representaria um risco menor do que a cápsula enfrentar a queima da reentrada na atmosfera terrestre com lotação máxima.
Tudo isso, no entanto, só seria colocado em prática caso uma situação de emergência forçasse a evacuação da estação enquanto uma nave russa de resgate não chegasse a tempo. Felizmente, não foi o caso. A cápsula Soyuz MS-23 foi lançada com sucesso em 24 de fevereiro, com o intuito de buscar os astronautas.
Como a espaçonave decolou sem nenhum tripulante, levando apenas suprimentos, se Rubio, Prokopyev e Petelin retornassem à Terra em março nesse veículo, a ISS ficaria com falta de pessoal até que uma nova missão tripulada pudesse ser preparada para a decolagem.
Sendo assim, eles tiveram sua temporada na estação estendida até setembro, o que significa que ficarão em torno de um ano por lá, em vez dos seis meses previstos inicialmente.
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Cápsula Soyuz será analisada
“A cápsula Soyuz MS-22 deixou a órbita apenas 55 minutos após o desacoplamento, muito mais cedo do que as 2,5 horas típicas, já que não é tripulada”, disse Rob Navias, porta-voz da NASA. “A espaçonave também disparou uma queima de partida mais longa do que o normal para deixar a Estação Espacial Internacional”.
Experimentos científicos que podem suportar suas altas temperaturas internas foram trazidos pela cápsula, que também retornou módulos de navegação antigos, trajes espaciais russos Orlan, câmeras de TV e outros equipamentos, segundo um comunicado da Roscosmos – totalizando 218 kg de carga.
Agora, uma equipe de cientistas vai analisar a cápsula Soyuz para entender melhor como ocorreu o vazamento. Essa também é uma oportunidade de estudar como é um pouso sem líquido de refrigeração, o que pode ajudar em futuras missões.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2023/03/28/ciencia-e-espaco/espaconave-russa-que-sofreu-vazamento-na-iss-retorna-a-terra/
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