Brasileiro que ganhou US$ 375 mil em “máfia” contra Uber se declara culpado

Um brasileiro que participou da “máfia” contra a Uber, Lyft, Doordash e outros serviços de viagem e delivery por aplicativo declarou-se culpado pelos crimes de conspirar contra a economia ao praticar fraude e roubo de identidade. Wemerson Dutra Aguiar, 29, confessou os delitos perante julgamento na Corte Federal de Boston, capital de Massachusetts, nos Estados Unidos.

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Quadrilha brasileira que operava nos EUA enganava sistemas de verificação Uber e Lyft (Imagem: Thought Catalog/ Unsplash)

FBI investiga “máfia” de brasileiros que enganava Uber

A declaração de Aguiar é o mais novo capítulo da investigação do Departamento de Justiça (DoJ) e do FBI (Federal Bureau of Investigation) sobre uma “máfia” de brasileiros que criava perfis falsos em plataformas como Uber, Lyft e Doordash.

Segundo as autoridades, Aguiar e outros 18 brasileiros que moram nos EUA roubavam dados de vítimas e usavam documentos forjados para criar perfis falsos de motoristas e entregadores de aplicativo. Essas contas eram compradas por pessoas que não passariam dos requisitos das plataformas, como no caso da Uber, para alugar um carro e transportar passageiros.

Em dezembro, outro brasileiro que participou do esquema, Flávio Cândido da Silva, 36, confessou à Justiça que recebeu cerca de US$ 200 mil por vender perfis falsos para motoristas de Uber, Lyft, entre outros. De acordo com documentos reunidos pelo DoJ, a quadrilha de brasileiros se comunicava por um grupo de WhatsApp chamado “Máfia”.

Os criminosos formaram uma rede de entregadores e motoristas parceiros que auxiliavam nas atividades da quadrilha. Havia brasileiros participando de Massachusetts, Florida e California, do outro lado dos EUA.

Brasileiro usou dark net para roubar dados de vítimas

Wemerson Dutra Aguiar confirmou em sua declaração que o grupo retirava informações da dark net, um espaço da deep web. O brasileiro admitiu que essa era uma das fontes de extração de dados da Previdência Social dos EUA.

Grupo DarkSide "some" após ataque (imagem ilustrativa: Christiaan Colen/Flickr)
Brasileiro usava Dark Net para extrair dados da Previdência Social dos EUA (Imagem: Christiaan Colen/Flickr)

Além disso, ele mencionou que pagou comparsas para alterar as fotos de carteiras de motoristas de vítimas, mantendo as informações originais, para forjar documentos falsos.

Os parceiros da quadrilha chegavam a se envolver propositalmente em acidentes para fotografar identidades de vítimas. Durante a entrega de bebidas alcóolicas por meio de delivery, os criminosos tiravam fotos dos documentos do cliente para “checar a idade”. Essas informações também eram usadas para cometer fraudes.

Aguiar colocava as licenças falsas à venda — processo que era feito por boca a boca ou pelo WhatsApp. O público-alvo, segundo o DoJ, eram outros brasileiros vivendo nos Estados Unidos. Aguiar disse que faturou US$ 375 mil com o esquema entre junho de 2019 e janeiro de 2021.

Caso Aguiar seja condenado, ele pode ser sentenciado a uma pena de 20 anos de prisão em regime fechado, três em regime aberto sob supervisão e a pagar uma multa de US$ 250 mil. O valor da punição pode chegar ao dobro do prejuízo às vítimas ou lucro obtido com o esquema.

O Departamento de Justiça já prendeu outros 16 integrantes da “máfia” de brasileiros contra Uber, Lyft e outros apps. Três suspeitos continuam foragidos.

Brasileiro que ganhou US$ 375 mil em “máfia” contra Uber se declara culpado


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Fonte: https://tecnoblog.net/noticias/2022/02/02/brasileiro-que-ganhou-us-375-mil-em-mafia-contra-uber-se-declara-culpado/
Brasileiro que ganhou US$ 375 mil em “máfia” contra Uber se declara culpado Brasileiro que ganhou US$ 375 mil em “máfia” contra Uber se declara culpado Reviewed by MeuSPY on fevereiro 02, 2022 Rating: 5

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