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A FAA (Federal Aviation Administration) é a entidade responsável pela regulamentação da aviação civil nos Estados Unidos. Entre as suas atribuições está a verificação dos parâmetros técnicos e de segurança das aeronaves que voam pelo país.
Por causa de seu cargo, Forkner foi um dos funcionários da Boeing escalados para fazer tratativas com a FAA relacionadas aos processos de homologação do 737 Max.
Os problemas começam aqui: o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) afirma que o piloto forneceu à FAA “informações falsas, incompletas e imprecisas sobre o MCAS”, sistema cuja principal função é evitar que o avião entre em estol (perca sustentação).
Trata-se de uma acusação seríssima. O MCAS é tido como o principal fator para os acidentes com os aviões 737 Max que operavam os voos JT610, da Lion Air, e ET302, da Ethiopian Airlines. Em ambos os casos, o sistema teria entrado em ação por interpretar erroneamente que havia uma situação de estol em curso.
Piloto supostamente sabia sobre problemas com MCAS
Como os aviões 737 Max têm motores maiores e mais pesados em relação à geração anterior, a Boeing implementou o MCAS na linha por entender que essas características deixariam as aeronaves mais suscetíveis ao estol. Sob determinadas circunstâncias, cabe ao sistema baixar o nariz da aeronave para evitar que isso aconteça.
Se um sistema da aeronave entra em ação no momento errado, os pilotos devem atuar imediatamente para desativá-lo ou corrigi-lo. O problema é que os aviões 737 Max entraram em operação sem que os pilotos tivessem informações a respeito do MCAS.
De acordo com as investigações, Mark Forkner teria descoberto que o MCAS poderia dificultar a pilotagem dos aviões 737 Max em novembro de 2016 e optado por ocultar essa informação das autoridades. Como consequência, a linha 737 Max foi homologada pela FAA sem que manuais e rotinas de treinamento tivessem orientações sobre o sistema.
“Fazendo isso, ele impediu que companhias aéreas e pilotos tivessem informações cruciais sobre uma parte importante dos controles de voo da aeronave”, aponta o DoJ.
Motivações financeiras
O que teria levado Mark Forkner a ocultar informações sobre o MCAS? Segundo Chad Meacham, procurador-geral dos Estados Unidos no Texas, motivações financeiras:
Em um esforço para fazer a Boeing economizar dinheiro, Forkner supostamente reteve informações críticas dos reguladores. A sua decisão de enganar a FAA afetou a capacidade do órgão de proteger viajantes e deixou pilotos em situação delicada, sem informações sobre determinados controles de voo do 737 Max.
No começo de 2021, a Boeing concordou em pagar US$ 2,5 bilhões para finalizar o processo judicial sobre o assunto. É a primeira vez, no entanto, que um indivíduo recebe uma acusação relacionada ao escândalo. Fora da Boeing desde julho de 2018, Mark Forkner poderá pegar até 100 anos de prisão, dependendo das acusações das quais ele for considerado culpado.
Acidentes causaram a morte de 346 pessoas
O primeiro acidente com o Boeing 737 Max aconteceu perto da Indonésia em 29 de outubro de 2018 e causou a morte de 189 pessoas. Já a segunda aeronave caiu na região da Etiópia em 10 de março de 2019 e matou 157 pessoas.
Foram 346 vidas perdidas em duas tragédias envoltas em circunstâncias parecidas. Ambos os acidentes aconteceram minutos após a decolagem e ocorreram em datas relativamente próximas. Esses fatores fizeram os voos com as aeronaves Boeing 737 Max serem suspensos no mundo todo a partir de março de 2019.
Após uma série de ajustes técnicos em sistemas, documentos e rotinas de treinamento, a FAA autorizou o retorno das operações com a linha em novembro de 2020.
Vale destacar que, no Brasil, a Gol Linhas Aéreas é a única companhia que trabalha com o 737 Max. A companhia esperar encerrar 2021 com 28 aeronaves do tipo em operação. No final de 2022, esse número poderá chegar a 44 aviões.
Com informações: Gizmodo.
737 Max: ex-piloto da Boeing é acusado de fraude por ocultar falha do avião
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Fonte: https://tecnoblog.net/509023/ex-piloto-boeing-acusado-fraude-ocultar-sistema-mcas-aviao-737-max/
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