O número de mortes por Covid-19 deve superar o que era inicialmente projetado, segundo estimativa do Instituto de Métricas de Saúde e Avaliação (IHME), dos Estados Unidos, cujos estudos servem de referência para a Casa Branca. Ligado à Universidade de Washington, o grupo estimava 88 mil mortes em análise publicada em 12 de maio, mas com mais acesso a dados, reviu para cima suas previsões, que chegam agora a 125 mil óbitos até agosto.
A revisão tão brusca tem a ver com a obtenção de dados mais aprofundados de estados que ainda não estavam incluídos na previsão de 12 de maio. Agora, os pesquisadores trabalham com dados de 19 estados após a inclusão de Acre, Alagoas, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, e Santa Catarina. Além dos novos estados, o IHME já levava em conta Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, e São Paulo.
Os pesquisadores também reforçam que as estimativas também são um somatório das previsões para cada estado, e não uma projeção de escala nacional. Isso significa que se dados dos estados restantes passarem a ser levados em conta, as previsões podem se alterar novamente.
Pelo modelo matemático do IHME, o país ainda tem alguns dias de crescimento no número de óbitos pela frente, seguido de um platô. Esse período deve se estender até a metade de julho, quando finalmente as mortes diárias devem começar a cair. Durante o pico, o país deve se manter em cerca de 1.500 casos letais por dia. Até agosto, o país deve chegar à marca de 63,85 mortes para cada 100 mil habitantes.
A estimativa, no entanto, conta com um intervalo de incerteza bastante amplo, representado no gráfico acima pela mancha rosada que cerca a linha pontilhada vermelha. De acordo com os pesquisadores, essa discrepância é resultado de fatores como “disponibilidade limitada de dados, estudos pequenos e dados conflitantes”. Com mais dados e estudos maiores, a incerteza seria menor.
Diante dessa incerteza, o melhor cenário possível, segundo o estudo, seriam 68 mil mortes, enquanto no pior caso, esse número pode chegar a 221 mil, com o número de óbitos em alguns dias potencialmente superando os 3.000.
Confira na tabela as estimativas para cada estado:
Localidade | Previsão | Intervalo de incerteza |
Agregado dos estados | 125.833 | Entre 68.311 e 221.078 |
Acre | 422 | Entre 188 e 917 |
Alagoas | 1.788 | Entre 937 e 3.759 |
Amapá | 529 | Entre 314 e 958 |
Amazonas | 3.194 | Entre 2.508 e 4.781 |
Bahia | 5.848 | Entre 1.853 e 15.940 |
Ceará | 15.154 | Entre 8.287 e 22.183 |
Espírito Santo | 2.853 | Entre 1.194 e 6.418 |
Goiás | 893 | Entre 31 e 2.565 |
Maranhão | 3.625 | Entre 2.199 e 6.912 |
Minas Gerais | 2.371 | Entre 1.007 e 6.252 |
Pará | 13.524 | Entre 7.704 e 19.827 |
Paraíba | 1.142 | Entre 564 e 2.739 |
Paraná | 626 | Entre 350 e 1.382 |
Pernambuco | 13.946 | Entre 7.700 e 22.042 |
Rio de Janeiro | 25.755 | Entre 11.711 e 46.520 |
Rio Grande do Norte | 492 | Entre 270 e 1.136 |
Rio Grande do Sul | 1.165 | Entre 417 e 3.453 |
Santa Catarina | 464 | Entre 284 e 873 |
São Paulo | 32.043 | Entre 19.391 e 56.138 |
Fonte: https://olhardigital.com.br/coronavirus/noticia/universidade-dos-eua-estima-125-mil-mortes-por-covid-19-no-brasil-ate-agosto/101294
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