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É o que apontam as diretrizes do TikTok para seus moderadores. Segundo o The Guardian, a ByteDance, empresa responsável pela rede social, orienta os funcionários a impedirem a livre circulação de vídeos que desagradam o governo chinês.
O conteúdo é revelado em meio a suspeitas de que vídeos no TikTok sobre os protestos em Hong Kong foram censurados por razões políticas. Isso porque vários trechos das diretrizes são genéricos, mas parecem ter sido criados para atender ao governo.
Um dos pontos proíbe “críticas e ataques a políticas, regras sociais de qualquer país, como monarquia, sistema parlamentar, separação de poderes, sistema socialista, etc.”. Outro veta a “demonização ou distorção da histórica local ou de outros países, como os distúrbios de maio de 1998 na Indonésia, o genenocídio cambojano [entre 1975 e 1979] e os incidentes da Praça da Paz Celestial [na China, em 1989]”.
Há, ainda, a proibição sobre “tópicos altamente controversos, como separatismo, religião e conflitos de seitas, conflitos entre grupos étnicos ao, por exemplo, superestimar conflitos islâmicos de seitas, incitar a independência de Irlanda do Norte, República da Chechênia, Tibete e Taiwan, e superestimar o conflito étnico entre negros e brancos”.
As publicações que descumprem essas regras são marcadas como “vísíveis para si mesmo”, ou seja, seguem disponíveis, mas têm seu alcance reduzido. Quando isso acontece, o usuário não sabe se o conteúdo violou as políticas do TikTok ou se, simplesmente, não foi considerado interessante pelo algoritmo da plataforma.
As diretrizes do TikTok também preveem que vídeos sejam marcados como “violação”, o que leva à sua remoção definitiva e, em alguns casos, à exclusão do usuário. Entram nessa regra os vídeos ligados à ao “desafio Momo”, por exemplo.
O TikTok tem outras regras bastante discutíveis, para dizer o mínimo. Uma delas trata de pornografia infantil e diz que, quando não está claro que a pessoa no vídeo tem menos de 18 anos, os moderadores devem “tratá-la como um adulto”.
Ao Guardian, a ByteDance afirmou que o documento foi atualizado em maio. As novas orientações da rede social contam com políticas de moderação regionalizadas, inclusive com a participação de moderadores locais.
“Nos primeiros dias do TikTok, adotamos uma abordagem direta para minimizar o conflito na plataforma e nossas diretrizes de moderação permitiam penalidades por itens como conteúdo que promovia conflito, como seitas religiosas e grupos étnicos, abrangendo várias regiões ao redor do mundo”, afirmou a empresa.
“Quando o TikTok começou a decolar globalmente no ano passado, reconhecemos que essa não era a abordagem correta e começamos a trabalhar para empoderar equipes locais que têm uma compreensão diferenciada de cada mercado. À medida que crescemos, implementamos essa abordagem localizada em tudo, da equipe de produto à de desenvolvimento de políticas”.
TikTok censurou em todo o mundo vídeos que desagradam o governo chinês
Fonte: https://tecnoblog.net/308625/tiktok-censurou-videos-desagradam-governo-china/
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