Gostaria de saber as diferenças entre o Linux móvel e o desktop? Neste artigo, veja algumas.
O ano do desktop Linux
O ano que vem talvez seja “o ano do desktop Linux” para sempre, mas sistemas operacionais móveis não estão à espera. Eles representam o crescimento mais rápido do kernel Linux, alimentando a vasta maioria dos dispositivos móveis. Mas, como pode um mesmo kernel funcionar em um desktop e em um sistema móvel? Afinal de contas, o Android não difere muito de um sistema operacional para desktop. As regras básicas continuam as mesmas, mas há diferenças significativas entre sistemas operacionais móveis e para desktops.
O que é Linux móvel?
O Linux móvel é qualquer sistema operacional móvel baseado no kernel Linux, que foi criado por Linus Torvalds nos anos 90. O kernel é o coração do sistema operacional: como a fundação de um prédio, ele segura o resto do sistema do computador e controla as operações se entrada e saída.
Assim como no desktop, há mais de uma distribuição Linux para dispositivos móveis. O Android é a mais popular e mais conhecida, mas ele pode ter se afastado dos fundamentos filosóficos do Linux. O Android é o maior sistema operacional móvel em termos de unidades vendidas ao redor do mundo. O Google desenvolveu o sistema operacional cuidadosamente desde sua adaptação. A filosofia do Linux é melhor mantida pela Replicant, uma bifurcação FOSS do Android que enfatiza liberdade e segurança.
Outros sistemas operacionais móveis baseados em Linux também existem, e muitos mais se acomodam no quintal do projeto open source. As distros mais bem conhecidas incluem versões do kernel Linux como o PureOS, o Ubuntu Touch (agora apoiado pela comunidade UBports), o postmarketOS, bem como o Replicant, o LineageOS e o Plasma.
Claro, é digno de nota que o Linux desktop pode ser instalado em quase qualquer dispositivo móvel. No entanto, não é disso que estamos falando. Nós descreveremos distros Linux montadas especificamente para dispositivos móveis.
Segurança e arquitetura de permissões
Sistemas operacionais móveis têm diferentes métodos de garantir a privacidade do usuário. Enquanto a maioria dos sistemas operacionais móveis basedos em Linux incluem alguns métodos para apps se comunicarem um com o outro, é raro apps terem acesso ao dispositivo fora de sua caixa de proteção. O Android inclui um controle refinado sobre várias permissões do dispositivo, como escrever no disco local ou se comunicar usando sua conexão de dados. Sistemas operacionais desktop raramente incluem esse nível de controle de permissões, especialmente não com uma interface fácil de entender embutida. À medida que o Linux para desktops incluem o bem conhecido arquivo de permissões estilo Unix, as alternativas de permissão são tipicamente limitadas a leitura, escrita e execução. Sistemas operacionais móveis, por outro lado, oferecem dúzias de permissões que podem ser solicitadas do usuário.
Enquanto cada distro usa seu próprio sistema de precisão, a maioria dos sistemas operacionais maduros fornecem um alto grau de controle sobre o que cada aplicativo pode fazer. Os apps raramente têm permissão para controlar o dispositivo completamente e são limitados em quais operações eles podem ativar, mesmo com permissões.
Usuários também estão limitados em quais dados eles podem editar, mas essas restrições podem ser anuladas após a obtenção de acesso root. Com o acesso root e privilégios de administrador, que está disponível por padrão no desktop, é significativamente mais difícil de acessar, necessitando de modificações no dispositivo para obter privilégios de root.
Hardware e flexibilidade do dispositivo
Em geral, sistemas operacionais móveis não precisam ser tão flexíveis quanto sistemas operacionais para desktops. Enquanto um computador desktop pode ter literalmente infinitas configurações de entrada e saída, dispositivos móveis tipicamente adotam apenas uma única configuração: aquela com a qual foram lançados.
Assim, os muitos pacotes de software no Linux que existem para suportar uma enorme variedade de dispositivos de entrada, de saída e de armazenamento, podem ser removidos. Além disso, poucos formatos de arquivos e padrões de conectividade são suportados, e apenas pacotes de entrada e saída estritamente necessários estarão inclusos no dispositivo. Assim, a distro é construída com apenas o que é necessário para a instalação integrada, com pouca consideração dada às opções de conectividade do mercado que os usuários poderiam acrescentar.
Conclusão sobre as diferenças entre o Linux móvel e para desktop
Você pode pensar que deixamos passar a diferença mais óbvia – a aparência dos dispositivos. Porém, essa diferença óbvia não necessariamente decide como o oculto sistema operacional funciona. As diferenças reais moram abaixo da superfície do sistema operacional.
O Linux móvel está grandemente customizado para pronto uso do dispositivo, enquanto distros Linux para desktops têm pacotes mais genéricos. Apesar dessas diferenças, a segurança e a liberdade do software open source são mantidas na maioria dos sistemas operacionais móveis baseados em Linux, bem como no desktop.
Afinal, você gostou de saber algumas diferenças entre o Linux móvel e o Linux para desktop?
Fonte: Make Tech Easier.
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