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Assange, 47 anos, está detido em Londres desde abril, quando teve o seu asilo diplomático revogado pelo presidente equatoriano Lenín Moreno. Ele se refugiou na embaixada do Equador em Londres em 2012 e permaneceu todos esses anos no local justamente para evitar uma extradição.
As novas acusações incluem práticas de espionagem e divulgação de documentos altamente confidenciais. De acordo com os promotores, as ações de Assange causaram danos à segurança nacional dos Estados Unidos em benefício dos adversários do país e colocaram pessoas citadas nos documentos vazados sob ameaça.
Com base na chamada Lei de Espionagem, uma legislação criada para proteger os Estados Unidos de espiões e vazamento de informações sigilosas, Assange pode ser condenado a uma pena de até 170 anos.
É claro que os Estados Unidos poderiam ter apresentado as 17 novas acusações antes. Porém, a administração do presidente Barack Obama aparentemente conteve uma reação mais enérgica para evitar conflitos relacionados à liberdade de imprensa, situação que poderia agravar a imagem do país, àquela altura, já abalada por conta dos escândalos de espionagem envolvendo a NSA.
Diante do novo conjunto de acusações, a Wikileaks se manifestou dizendo que “Isso [as acusações] é uma loucura; é o fim do jornalismo sobre segurança nacional e da Primeira Emenda” — essa é uma emenda criada para garantir a liberdade de expressão e imprensa, basicamente.
This is madness. It is the end of national security journalism and the first amendment. https://t.co/wlhsmsenFw
— WikiLeaks (@wikileaks) 23 de maio de 2019
John Demers, procurador-geral ligado ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, rebateu dizendo que “Julian Assange não é jornalista” e argumentou que os documentos expostos pela Wikileaks colocaram pessoas em risco em países como China, Irã e Síria.
Não por acaso, as novas acusações contra Assange estão sendo vistas como um grande teste de força entre a Lei de Espionagem e a Primeira Emenda. Para grupos como a American Civil Liberties Union, as acusações podem abrir um precedente contra outros veículos que publicaram documentos vazados.
These charges are an extraordinary escalation of the Trump administration’s attacks on journalism, establishing a dangerous precedent that can be used to target all news organizations that hold the government accountable by publishing its secrets.
— ACLU (@ACLU) May 23, 2019
Com informações: TechCrunch, The Washington Post.
Julian Assange vai enfrentar 17 novas acusações de espionagem dos EUA
Fonte: https://tecnoblog.net/291676/eua-17-nova-acusacoes-contra-julian-assange/
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